sábado, 29 de agosto de 2009

RIO FIÚZA E SUA HISTÓRIA - PARTE V

JORNAL HOJE SB - 29 DE agosto de 2009.
As enchentes que marcaram a história de Panambi
O crescimento urbano na cidade de Panambi gerou um impacto significativo na bacia hidrográfico do Rio Fiúza, causando enchentes no perímetro urbano, que preocupam a população trazendo prejuízos sociais e econômicos.
No Município de Panambi, a partir da década de 60, a migração do interior para a cidade aumentou, conforme dados estatísticos do IBGE. O crescimento ocorreu sem planejamento urbano, com ocupação das várzeas, dos banhados e de áreas com risco de enchentes; cidades foram crescendo, sem diretrizes que disciplinasem a urbanização e possibilitassem uma vida harmônica entre as populações e as bacias hidrográficas.
Cientistas da ONU, que estudam os fenômenos climáticos nas diversas partes do mundo, alertam que as alterações de temperatura previstas já começaram a ocorrer, devido ao efeito estufa, provocado, principalmente, pela emissão de gás carbônico na atmosfera. A elevação da temperatura aumenta a evaporação e consequentemente aumenta os riscos de tempestade e chuvas torrenciais, uma realidade que os centros urbanos deverão estar preparados para enfrentar a temperatura do planeta, principal fonte de energia do ciclo hidrológico.

Enchentes de 1926, 1982, 1992 e 2003

Nos registro disponíveis e existentes, não constam relatos de alguma enchente de proporções extraordinárias referente ao período de 1898 até fins de 1907. Os registros históricos datam de 1926, 1978, 1982, 1989, 1992 e 2003. A primeira enchente de grande proporção da qual se tem registro doi à ocorrida no ano de 1926.
Enchente de 1926: Vastas áreas da periferia urbana de Elsenau (sede municipal na época) foram gravemente atingidas. O arroio que banha o centro da cidade torna-se torrentoso em consequência da intensidade da chuva. O Rio Fiúza, em apenas 12 horas, transformou-se em violento caudal, transbordando e cobrindo extensas áreas ribeirinhas. Ao amanhecer do dia 21 de setembro, as águas do rio já inundaram algumas ruas e por volta do meio dia, numerosos moradores viam-se obrigados a deixarem suas casas. As águas subiam com tamanha rapidez que os moradores sequer conseguiam salvar seus pertences. Por meio de canoas e barcos improvisados foi possível prestar socorro ao flagelados. Foram acentuadamente atingidos os moradores da parte oeste de Elsenau. Foram inundadas pelas águas do Rio Fiúza as casas de Edwin Mathias, a ferraria de Edwin Marx, a casa de Lindolfo Franke, a serraria de Arnaldo Post e Alfredo Ketzer, as casas das famílias Dreher, Kreiser e Hermann Nies, alcançando aí o nível das águas quase os telhados. Inúmeros objetos e utensílio domésticos foram levados pela violenta torrente. Vários hábeis nadadores arriscavam-se a entrar nas águas a fim de tentar salvar o que fosse possível. Era também devastador o aspecto na área dos Kepler, a serraria, a casa comercial e a ferraria estavam tomadas pela inundação do arroio Engenho. A ponte do rio Fiúza estava totalmente submersa e a passagem impedida. Somente na noite do dia 22 de setembro as águas começaram a baixar e o dia seguinte foi belamente ensolarado. A fenomenal enchente de 1926, apesar de catastrófica, não vitimou ninguém. Após 1926, ocorreram pequenas inundações, das quais não há registros, somente diálogos e “causos” de roda de pessoas antigas residentes em Panambi.
As enchentes ocorridas em 1982 e 1992 podem ser avaliadas como calamitosas em virtude dos enormes prejuízos que acarretaram, além do impacto emocional dos flagelados, inclusive perda humana. As pessoas moradoras ribeirinhas do rio Fiúza, ou proprietários de estabelecimentos industriais ou comerciais, sofreram com a enchente, que teve como precursor um grande vendaval no dia 20 de outubro de 1982. Os fortes ventos iniciaram-se em torno das 20 horas e 30 minutos e choveu intensamente madrugada adentro e durante todo o dia 21 de outubro até que as águas atingissem cerca de 1,30 m. O saldo do vendaval e da enchente, segundo dados estimados pelo Corpo de Bombeiros, foram mais de trezentas residências danificadas parcialmente e cerca de cinquenta totalmente destruídas; o número de desabrigados ultrapassou seiscentas famílias e cerca de quinhentas edificações foram inundadas. O prefeito na época, Orlando Idílio Schneider, relatou que o educandário mais atingido foi a Escola Estadual Poncho Verde, que havia recebido verba para aumentar suas dependências e teve a construção totalmente derrubada e as salas de aula inundadas. As áreas agrícolas também foram duramente atingidas. O temporal prejudicou a cultura de trigo e, em menor grau, a do milho. Infelizmente, há que se registrar uma vítima fatal da calamitosa enchente de 1982, o adolescente Joscelino Vasconselos da Silva, de 14 anos, morreu afogado nas águas da enchente.
Depois da enchente de 1926, nenhuma foi tamanha do que a registrada em 27 de maio 1992. Ao amanhecer, o rio Fiúza e o Arroio Moinho já estavam transbordando. Avançava a chuva, constante e forte, a cidade foi alagada nas regiões centro-norte e centro-sul do perímetro urbano. Foi tão veloz o inchamento das águas que os moradores das áreas ribeirinhas, quando se deram por conta da ameaçadora gravidade da situação, já era tarde demais e não puderam salvar os objetos, móveis e até mesmo veículos. A chuva continuou durante o dia todo, diminuindo somente em avançadas horas da noite, atenuando a intensidade pluvial até a enchente se estagnar e lentamente recuar ainda na noite de 27 para 28 de maio. Foram contabilizados mais de três mil desabrigados, cerca de quinhentas casas foram atingidas, seis residências foram levadas pelas águas e inúmeras ficaram com a estrutura condenada. Muitas pontes, pontilhões e bueiros foram danificados. Na região a situação também ficou crítica, pois diversas estradas foram interditadas pelo rompimento de barreiras e queda de pontes. A Kepler Weber dispensou seus funcionários, pois o acesso à empresa era impossível e a sua divisão de veículos ficou completamente alagada. Cerca de 25 veículos foram danificados, principalmente da frota da empresa e em conserto que estavam estacionados no pátio da empresa. O prejuízo foi muito grande, não houve tempo de salvar quase nada. As instalações da empresa foram as primeiras a serem atingidas, foi sua localização é próxima ao arroio Moinho, que foi o afluente a sofrer extravasamento das águas. Resumidamente, destacamos como principais áreas atingidas messe ano: Avenida Konrad Adenauer, Ginásio Municipal, SESI, ponte da Avenida 7 de Setembro, na rótula com a General Osório, Vila Nova, rua General Osório, Andrade Neves, Rua do Recreio, Bairro Pavão, rua Barão do Rio Branco. Segundo o Setor de Engenharia da Prefeitura, as águas ficaram 1,10 m aima do nível da enchente de 1982.
Enchente no ano de 2003: as previsões da meteorologia destacaram o fenômeno El Niño atingindo o Estado, um verão excessivamente chuvoso. Na madrugada de domingo do dia 15 de dezembro de 2003, a população panambiense viu-se novamente aterrorizada pelo fantasma da enchente, que há 11 anos não ocorria. O fenômeno ocorreu em dois momentos distintos, o primeiro ao final da madrugada, quando as águas do arroio Moinho represado na altura da rua Hermann Faulhaber, alagaram algumas empresas da área e residências do bairro Fensterseifer e a rua General Osório, num segundo momento, já à tarde, quando as águas do arroio Moinho não ofereciam mais perigo, o transbordamento do rio Fiúza provocou intensa mobilização para a retirada de moradores localizados em pontos críticos, como nos bairros Pavão, Vila Nova e Erica. Estima-se que a principal causa da enchente tenha sido as enxurradas em decorrência de chuvas intensas e constantes na cabeceira do rio Fiúza, com certo grau de declividade. As chuvas iniciaram por volta de duas horas da madrugada, acompanhadas de fortes ventos, foram muito intensas e somaram cerca de 220 mm até o meio dia do dia 15. Essa enchente foi bem menor do que a enchente de 1992. A rua Andrade Neves foi a primeira área a ser atingida. O bairro Vila Nova foi o mais atingido em sua parte baixa, o bairro Fensterseifer, principalmente a rua Oscar Strucker teve as casas todas inundadas. Os bairros Alvis Kläsener e Planalto também sofreram com a cheia e famílias tiveram de ser recolocadas em abrigos temporários. Aos poucos o nível da água começou a baixar devido à chuva ter cessado. No entanto, à tarde, a chuva voltou forte e intensa, e o rio e os arroios novamente extravasaram suas águas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

JORNAL

Jornal Folha das Máquinas, 28 de agosto de 2009.

JORNAL

Jornal Notícia do Vale, 28 de agosto de 2009.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

RESULTADO DA GINCANA

Valeu o esforço!!!
FICAMOS EM 1º LUGAR!!!
CHEGOU O DIA TÃO ESPERADO: O DIA DA DIVULGAÇÃO DO RESULTADO DA GINCANA. O AUDITÓRIO DA UAB FICOU PEQUENO PRA TANTA CARINHA CURIOSA...


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sábado, 22 de agosto de 2009

RIO FIÚZA E SUA HISTÓRIA - PARTE IV

JORNAL HOJE SB - 22 de agosto de 2009
Direito ambiental LII – E quando o fiúza secar?
Paulo Roberto Wengrant
Neste artigo queremos alertar a nossa comunidade e os poderes públicos para que estes, desde já, busquem alternativas de abastecimento de água para a população, pois dependemos quase 100% das águas do nosso sofrido Rio Fiúza. E o que faremos se este se tornar intermitente ou secar? O seu fundo esta bem visível nesta seca prolongada, o que com as mudanças climáticas em curso deve acontecer mais seguidamente e com mais severidade.
Também estamos cobrando há muitos anos a mudança do ponto de captação da água pela Corsan que hoje esta na área urbana e o Fiúza recebe antes deste ponto sete riachos com esgoto e incontáveis pontos de entrada de esgoto de toda a espécie. Imaginem o que ele recebe abaixo! Pois como não temos uma rede de esgoto cloacal, muitas residências usam o sistema pluvial, que deveria ser só para água da chuva ou tratada. Assim este esgoto acaba sempre nas águas do Fiúza, tanto é que um exame realizado constatou que após a área urbana existe em suas águas 16 vezes, ou seja 1600%, mais coliformes fecais do que o aceitável. Esta mudança do ponto de captação, segundo as notícias divulgadas pela Corsan na imprensa local, deve acontecer brevemente. Quanto antes melhor, e que fique bem distante a montante do início da área urbana. Nosso Fiúza, que primeiramente se chamava Córrego Corticeira, posteriormente passou a chamar Fiúza devido que o Sr. Angelino Fiúza pelo fim do século XIX possuía uma venda próxima ao passo do rio, onde hoje é a ponte entre os bairros Vila Nova e Serrana, e como os tropeiros que passavam por lá, acabaram denominando este passo de Passo do Fiúza, nome que depois foi transferido ao Rio. O Fiúza nasce no meio do campo em Santa Bárbara, desce recebendo vários riachos, passa pela área urbana de Panambi e depois em Rincão Fundo se une ao Rio Palmeira e depois ao Caxambú, passando a receber o nome de Ijuí.
Na nossa região já aconteceram muitas seca no passado, mas estas estão se tornando mais e mais freqüentes, e como a população e suas necessidades também aumentaram, ate quando o Fiúza vai suprir as nossas necessidades de água? Pois se o Fiúza secar, imagine os seus afluentes. Sorte nossa que o fundo do rio é rocha. Os poços comuns e os artesianos também são limitados, pois também dependem de reabastecimento pela chuva e absorção da água pelo solo. A nossa opção mais próxima é o Rio Caxambú e o Rio Palmeira, mas se tivermos problemas com o Fiúza, estes também estarão com problemas, pois nascem na mesma região. O Aqüifero Guarani, é uma excelente fonte, mas também depende do reabastecimento pela água da chuva e a sua extração é mais complicada. Alguma coisa precisa ser feita urgentemente, não podemos deixar o problema acontecer para então procurarmos uma solução, uma saída e desde já unirmos as forças da comunidade em prol das fontes desta água, e o principal trabalho que precisa ser feito é a proteção dos nascedouros de água e dos banhados ainda existentes e as áreas de entorno destas, conhecidas como áreas de preservação permanente (APP).
Um dos trabalhos em defesa da água e por que não da vida é o projeto Fiúza verde, que já foi implantado em 2008 desde a nascente do Fiúza até a cidade de Panambi e que agora ira se estender ao restante do Fiúza e também ao Caxambú e o Palmeira. O esforço que a comunidade irá fazer é no sentido do replantio da mata ciliar em suas margens em largura mínima de 30 metros com espécies nativas da nossa região. Árvores estas que contribuirão com a proteção dessas águas destes rios beneficiado a todos, tanto a população do meio rural quanto a cidade, pois todos dependem da água para sobreviver. Quanto mais árvores forem plantadas, mais seremos beneficiados, pois estas contribuem com a infiltração da água no solo, ajudam a regular a chuva e também absorvem o excesso de carbono na atmosfera entre outros incontáveis benefícios. Também precisamos utilizar estes pensamentos nas próximas gerações, precisamos usufruir sem prejudicar, ou estaremos furtando o futuro destas.
Algo ainda pode ser feito pelas águas, ou será que já é tarde? No nosso entender ainda podemos mudar o mundo para melhor e conviver com o meio ambiente, mas de outra forma, passando de destruidores para “conviventes” em harmonia o quanto possível com a natureza. Algumas coisas simples que precisamos fazer para que o pior não aconteça:
1) Recuperar as Áreas de Preservação Permanente que foram degradadas e respeitar as existentes. Precisamos replantar as beiras dos rios, riachos e nascentes.
2) Banhados são reservatórios de água, pois quando chove muito estes seguram a água e depois vão liberando aos poucos; conseqüentemente estes devem ser preservados.
3) Nascentes, são os berços da água; se destruído o berço será destruído o fruto do berço. Estas devem ser protegidas e recuperadas.
4) Economia de água, que é imprescindível e urgente.
5) Conscientizar que a água é um bem da humanidade limitado, não é possível fabricar água, a que temos existe desde a criação do mundo.
6) Reusar o máximo possível, cada unidade residencial ou comercial poderia ter um sistema de aproveitamento da água da chuva, como as antigas cisternas.
7) Plantar árvores em qualquer espaço disponível, quanto mais árvores, melhor para todos.
Também não existem soluções prontas para mais este desafio, estas devem ser buscadas pela comunidade. Deus deu sabedoria para o homem resolver seus problemas, e este quando tem um desafio pela frente, tem a capacidade de encontrar uma solução. Cidadão não fique se perguntando somente: O que eu posso fazer? Cada um deve e pode fazer a sua parte e também cobrar o encaminhamento do assunto dos eleitos para comunidade para administrar os seus desafios. Estes estão lá para isso. Todos devem e podem contribuir com o meio ambiente e em especial com a questão colocada. São nas pequenas coisas que começam as grandes mudanças. Quanto ao momento da mudança de comportamento em relação ao meio ambiente, este é hoje, antes que seja tarde, pois caso contrário o futuro de nossos filhos estará em risco. Passemos à ação do pequeno ao grande.
O autor é advogado é membro
da Arpa Fiúza, do conselho municipal
do Meio ambiente de Panambi
e do comitê da bacia hidrográfica do Rio Ijuí.

sábado, 15 de agosto de 2009

RIO FIÚZA E SUA HISTÓRIA - PARTE III

JORNAL HOJE SB - 15 de agosto de 2009.
Na busca histórica do Rio Fiúza, o jornal Hoje SB encontrou a redação vencedora de um concurso realizado há mais de 28 anos. O Concurso de redação foi realizado no dia 15 de maio de 1981. Participaram seis pessoas e a vencedora foi Marlene Lemes Ott. Esta redação teve uma repercussão em Panambi, sendo veiculada na Radio Sul Brasileira e publicada em Jornal. Também foi premiada pelo Lions Club de Panambi e GDP.
Confira a redação na íntegra:
RIO FIÚZA

Ninguém sabe quando você nasceu. Talvez um dia no passado você nascia, em um filete de água que se desprendia.
A chuva talvez foi sua mãe, que durante muito tempo o alimentou. Você foi crescendo junto com a natureza, livre e feliz, como uma gaivota. Junto contigo foi se desenvolvendo um enorme número de vegetais: as árvores, as folhagens, as samambaias e as flores cresceram ao seu redor.
Você tinha um milhão de amigos. Creio que tudo e todos que viviam junto ou perto de você eram dotados de uma alegria transbordante.
Rio Fiúza ontem foi o que hoje todos gostariam que fosse. Ontem era verdadeiramente o que chamamos de maravilha, hoje é um símbolo da poluição.
Você era límpido e puro, em suas margens estendiam-se árvores e ramagens e hoje inúmeras espécies não mais existem. Você era cheio de vida e transmitia em seu murmúrio suave, paz e tranqüilidade aos que iam ao seu encontro. Era um verdadeiro balneário público, onde inúmeras pessoas sentiam-se felizes ao encontrar-lhe tão limpo dando prazer a todos que ao seu leito vinham banhar-se.
Porém, hoje, só de pensar em você eu entristeço. Mas o que mais sinto é saber que muitas pessoas não o valorizam, achando que você “rio Fiúza” é sinônimo de esgoto ou simplesmente lixo, lugar de por tudo o que não presta.
E o pior é que estas pessoas a que chamam de “destruidoras da natureza” não param para pensar o que será de nós se um dia você deixar de existir.
Panambi, quero simplesmente que você entenda que o “Rio fiúza” faz parte de nossa vida. Hoje nos resta tempo para tentar mudá-lo, mas amanha talvez seja muito tarde.
Se um dia você ver esse rio totalmente morto, sem nenhum ser vivo dentro dele e olhar as margens que antes eram esverdeadas de tantas folhagens lindas e só restar aquela água suja e poluída, sem nada de verde nas margens e ver que ele morreu lentamente. Ficará a pergunta: Fiz alguma coisa para que isso não acontecesse?
Marlene Lemes Ott

sábado, 8 de agosto de 2009

PONTES DO RIO FIÚZA PARTE II

JORNAL HOJE SB - 8 de agosto de 2009.
A primeira ponte pelo rio Fiúza foi construída ali onde hoje se encontra a ponte de concreto ligando a rua Sete de Setembro a Avenida Kennedy.
A primeira via de acesso de Cruz Alta para cá, foi pelo bairro Serrana , vadeando o rio no Passo do Fiúza. Nos primeiros anos de fundação o gestor de Neu-Wuerttemberg era Carlos Dhein, representante nomeado pelo colonizador Dr. Hermann Meyer. Em suas cartas ao Dr. Meyer, Carlos Dhein fazia reiteradas referências a prolongada temporada de chuvas ocorrido de agosto a outubro de 1899, falando da dificuldade e impossibilidade de vadear o Fiúza, insistindo na necessidade de se construir uma ponte em outro local, com um melhor acesso.
O Dr. Meyer concedeu o seu deferimento e a construção dessa primeira ponte foi iniciada em novembro de 1899, havendo ficado pronta em janeiro de 1990.Esta primeira ponte, provavelmente por causa da fragilidade veio a ser substituída por outra estrutura em 1971. Ainda foi possível apurar através de pesquisas que os principais obreiros na respectiva construção foram Augusto Venzke, Leonardo Venzke, Otto Venzke e Jacob Schühler. Este ultimo foi capataz da obra e os três Venzke, os executores dos trabalhos de construção. A obra foi executada às expensas da empresa de colonização Dr. Hermann Meyer, com auxílio da intendência de Cruz Alta, visto que Neu-Wuerttemberg era distrito deste município.

Panambi e o Fiúza
A partir de 1899 começa o fluxo de imigrantes de etnia alemã, vindo então a definir-se colonização Alemã e a implementação de um núcleo urbano que, até 1910, viria a localizar-se na área compreendida entre o Arroio do moinho Velho e o morro da Igreja Evangélica, isto é, tinha a atual Praça Engenheiro Walter Faulhaber como centro geográfico.
A partir de 1010 foram-se povoando lentamente os cursos das atuais ruas Sete de Setembro e General Osório.
Passam-se anos. A Neu-Wuerttemberg passa pelas denominações de Pindorama e Tabapirã e, em 1944, torna-se Panambi. Vem a emancipação, Panambi torna-se Município e conseqüentemente cidade. E a cidade cresce e se expande. A região urbana ao sul avança em direção a áreas ribeirinhas do Rio Fiúza. A partir de 1949 vai sendo povoado a área que veio a formar o bairro Vila Nova. Mas a contínua expansão da área urbana não foi barrada pelo leito do Rio Fiúza. Novos e extensos bairros viriam a surgir em terras ao sul do rio.
Fonte: Eugen Leitzke – Panambi
Aspectos sociais – históricos – geográficos

sábado, 1 de agosto de 2009

A HISTÓRIA DO FIÚZA - PARTE I

JORNAL HOJE SB - 1º de agosto de 2009.
Nessa edição do Jornal Hoje SB você acompanha a primeira reportagem do Rio Fiúza, que faz parte de uma série de reportagens sobre o Rio Fiúza, sendo uma das ações do projeto “Por Um Fiúza Mais Limpo”. A primeira reportagem é sobre o histórico do Rio Fiúza.
SISTEMA FLUVIAL
A presença dos três rios – Palmeiras, Fiúza e Caxambu com seus afluentes formam a bacia superior do Rio Ijuí, tributário do Rio Uruguai. Todos os três rios têm suas vertentes no leste, no município de Santa Bárbara do Sul, e têm seu curso no sentido leste-oeste. A partir da confluência do Rio Fiúza no Rio Palmeira, o respectivo curso fluvial denomina-se Rio Ijuí. Após um percurso de aproximadamente 15 quilômetros, o Rio Ijuí recebe as águas do Rio Caxambu.
O Rio Fiúza, outrora denominado Arroio Corticeira, tem a maior parte de sua abrangência hidrográfica situada dentro de área superficial do município de Panambi. Suas nascentes encontram-se no território do município de Santa Bárbara do Sul, a nordeste da localidade de Capão Alta. A foz é no Rio Palmeira. A bacia hidrográfica sobre uma área de aproximadamente 190 Km2, dos quais 150 Km2, situam-se em área do município de Panambi, e 40 Km2, no município de Santa Bárbara do Sul. A extensão pode ser avaliada em mais ou menos 35 Km, dos quais, 32 Km em território de Panambi. Pelo registro cartográfico podem ser contados, entre sangas e arroios, 59 afluentes, sendo 27 à margem direita, e 32 à margem esquerda. Entre os afluentes do Fiúza, que talvez mais se tem tornado notório, destaca-se o Arroio do Moinho, à margem direita, pois seu curso inferior corta a cidade de Panambi, e em sua proximidade vieram a surgir as primeiras industrias que já marcaram a antiga Neu-Wüerttemberg.
ENERGIA HÍDRICA
Embora situado em planalto, Rio Fiúza não se caracteriza por desníveis marcantes, não há em seu curso cascatas expressivas. O que há são apenas uma série de cachoeiras e corredeiras, algumas outrora aproveitadas pêra mover moinho e serrarias. Em Panambi, um remanescente dos antigos engenhos de água é o Moinho Velho, hoje destinado a outras finalidades.
O RIO FIÚZA NA VIDA SOCIAL
O Rio Fiúza sempre deixou e vai deixar marcada sua existência no povo de Panambi. Há várias pessoas que praticam o lazer de pesca em águas. Numerosos cidadãos aprenderam a natação nessas águas. Já existiu um balneário público às margens do rio, cujo acesso era pela rua General Osório, a altura do prédio 879. Também de remo e canoa teve momentos em que era praticado notoriamente.
A DENOMINAÇÃO DO RIO FIÚZA
A primeira denominação deste nosso rio foi Arroio Corticeira. Em antigos documentos de legitimação de posse de terras que beiravam o rio, encontra-se mencionado o nome Arroio Corticeira.
Com o passar do tempo, por volta da virada do século, foi desaparecendo o nome Corticeira e se generalizando a denominação de Rio Fiúza. Acontece que ali onde hoje se encontra a ponte que liga os bairros Vila Nova e Serrana, existia para vadear o rio o passo do Fiúza. Era por lá que passava a trilha de carretas em direção aos campos, e também para Cruz Alta.
E por lá entraram os primeiros imigrantes de Neu-Wüerttemberg, até que fosse construída a primeira ponte ali no posto Ipiranga, hoje ligando a Rua Sete de Setembro com a Avenida Kennedy.
A origem da denominação Fiúza deve-se a um vendeiro com esse nome, cujo estabelecimento comercial, um “bolicho”, situava-se num local talvez a uns 250 metros para cá do passo, isto é, num ponto que hoje á aproximadamente o centro do Bairro Vila Nova. Esse “bolicho” do “seu Fiúza” haveria de tornar-se ponto de referência, em virtude de sua situação próximo ao rio, consignando a boca do povo àquele passo no Arroio Corticeira o nome de Passo do Fiúza.E, passa-se os anos, é a boca do povo que vai estender a denominação Fiúza a todo o rio. Assim, desde 1985, mais ou menos, prevalece o atual nome.


A GRANDE ENCHENTE DE 1926

O mês de setembro de 1926 foi intensamente chuvoso e a conseqüência dói uma espetacular enchente, havendo o ponto culminante da chuva torrencial sido na noite de 20 para 21 daquele mês. Ao amanhecer as águas do Rio Fiúza já inundavam várias ruas e por volta do meio-dia numerosos moradores viam-se obrigados a deixar suas casas. As águas subiam com tamanha rapidez que das casas atingidas os moradores nem sequer conseguiam salvar os pertences e só por meio de canoas e barcos improvisados dói possível prestar socorro aos flagelados. Pontes e pinguelas sumiram. É óbvio que os bairros ribeirinhos atuais do Rio Fiúza ainda não existiam, mas mesmo assim a residência de Frederico Feldmann na Linha Timbará viu-se ilhada e os moradores tiveram que ser resgatados por canos. Foi fenomenal aquela enchente de 1926 e por 65 anos foi considerada a maior havida na história de Panambi. Aliás teria havido uma diluvial enchente bem no começo da colonização de Panambi, se é que ocorreu, não existem registros.