sábado, 15 de agosto de 2009

RIO FIÚZA E SUA HISTÓRIA - PARTE III

JORNAL HOJE SB - 15 de agosto de 2009.
Na busca histórica do Rio Fiúza, o jornal Hoje SB encontrou a redação vencedora de um concurso realizado há mais de 28 anos. O Concurso de redação foi realizado no dia 15 de maio de 1981. Participaram seis pessoas e a vencedora foi Marlene Lemes Ott. Esta redação teve uma repercussão em Panambi, sendo veiculada na Radio Sul Brasileira e publicada em Jornal. Também foi premiada pelo Lions Club de Panambi e GDP.
Confira a redação na íntegra:
RIO FIÚZA

Ninguém sabe quando você nasceu. Talvez um dia no passado você nascia, em um filete de água que se desprendia.
A chuva talvez foi sua mãe, que durante muito tempo o alimentou. Você foi crescendo junto com a natureza, livre e feliz, como uma gaivota. Junto contigo foi se desenvolvendo um enorme número de vegetais: as árvores, as folhagens, as samambaias e as flores cresceram ao seu redor.
Você tinha um milhão de amigos. Creio que tudo e todos que viviam junto ou perto de você eram dotados de uma alegria transbordante.
Rio Fiúza ontem foi o que hoje todos gostariam que fosse. Ontem era verdadeiramente o que chamamos de maravilha, hoje é um símbolo da poluição.
Você era límpido e puro, em suas margens estendiam-se árvores e ramagens e hoje inúmeras espécies não mais existem. Você era cheio de vida e transmitia em seu murmúrio suave, paz e tranqüilidade aos que iam ao seu encontro. Era um verdadeiro balneário público, onde inúmeras pessoas sentiam-se felizes ao encontrar-lhe tão limpo dando prazer a todos que ao seu leito vinham banhar-se.
Porém, hoje, só de pensar em você eu entristeço. Mas o que mais sinto é saber que muitas pessoas não o valorizam, achando que você “rio Fiúza” é sinônimo de esgoto ou simplesmente lixo, lugar de por tudo o que não presta.
E o pior é que estas pessoas a que chamam de “destruidoras da natureza” não param para pensar o que será de nós se um dia você deixar de existir.
Panambi, quero simplesmente que você entenda que o “Rio fiúza” faz parte de nossa vida. Hoje nos resta tempo para tentar mudá-lo, mas amanha talvez seja muito tarde.
Se um dia você ver esse rio totalmente morto, sem nenhum ser vivo dentro dele e olhar as margens que antes eram esverdeadas de tantas folhagens lindas e só restar aquela água suja e poluída, sem nada de verde nas margens e ver que ele morreu lentamente. Ficará a pergunta: Fiz alguma coisa para que isso não acontecesse?
Marlene Lemes Ott

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