JORNAL HOJE SB - 1º de agosto de 2009.
Nessa edição do Jornal Hoje SB você acompanha a primeira reportagem do Rio Fiúza, que faz parte de uma série de reportagens sobre o Rio Fiúza, sendo uma das ações do projeto “Por Um Fiúza Mais Limpo”. A primeira reportagem é sobre o histórico do Rio Fiúza.
SISTEMA FLUVIAL
A presença dos três rios – Palmeiras, Fiúza e Caxambu com seus afluentes formam a bacia superior do Rio Ijuí, tributário do Rio Uruguai. Todos os três rios têm suas vertentes no leste, no município de Santa Bárbara do Sul, e têm seu curso no sentido leste-oeste. A partir da confluência do Rio Fiúza no Rio Palmeira, o respectivo curso fluvial denomina-se Rio Ijuí. Após um percurso de aproximadamente 15 quilômetros, o Rio Ijuí recebe as águas do Rio Caxambu.
O Rio Fiúza, outrora denominado Arroio Corticeira, tem a maior parte de sua abrangência hidrográfica situada dentro de área superficial do município de Panambi. Suas nascentes encontram-se no território do município de Santa Bárbara do Sul, a nordeste da localidade de Capão Alta. A foz é no Rio Palmeira. A bacia hidrográfica sobre uma área de aproximadamente 190 Km2, dos quais 150 Km2, situam-se em área do município de Panambi, e 40 Km2, no município de Santa Bárbara do Sul. A extensão pode ser avaliada em mais ou menos 35 Km, dos quais, 32 Km em território de Panambi. Pelo registro cartográfico podem ser contados, entre sangas e arroios, 59 afluentes, sendo 27 à margem direita, e 32 à margem esquerda. Entre os afluentes do Fiúza, que talvez mais se tem tornado notório, destaca-se o Arroio do Moinho, à margem direita, pois seu curso inferior corta a cidade de Panambi, e em sua proximidade vieram a surgir as primeiras industrias que já marcaram a antiga Neu-Wüerttemberg.
ENERGIA HÍDRICA
Embora situado em planalto, Rio Fiúza não se caracteriza por desníveis marcantes, não há em seu curso cascatas expressivas. O que há são apenas uma série de cachoeiras e corredeiras, algumas outrora aproveitadas pêra mover moinho e serrarias. Em Panambi, um remanescente dos antigos engenhos de água é o Moinho Velho, hoje destinado a outras finalidades.
O RIO FIÚZA NA VIDA SOCIAL
O Rio Fiúza sempre deixou e vai deixar marcada sua existência no povo de Panambi. Há várias pessoas que praticam o lazer de pesca em águas. Numerosos cidadãos aprenderam a natação nessas águas. Já existiu um balneário público às margens do rio, cujo acesso era pela rua General Osório, a altura do prédio 879. Também de remo e canoa teve momentos em que era praticado notoriamente.
A DENOMINAÇÃO DO RIO FIÚZA
A primeira denominação deste nosso rio foi Arroio Corticeira. Em antigos documentos de legitimação de posse de terras que beiravam o rio, encontra-se mencionado o nome Arroio Corticeira.
Com o passar do tempo, por volta da virada do século, foi desaparecendo o nome Corticeira e se generalizando a denominação de Rio Fiúza. Acontece que ali onde hoje se encontra a ponte que liga os bairros Vila Nova e Serrana, existia para vadear o rio o passo do Fiúza. Era por lá que passava a trilha de carretas em direção aos campos, e também para Cruz Alta.
E por lá entraram os primeiros imigrantes de Neu-Wüerttemberg, até que fosse construída a primeira ponte ali no posto Ipiranga, hoje ligando a Rua Sete de Setembro com a Avenida Kennedy.
A origem da denominação Fiúza deve-se a um vendeiro com esse nome, cujo estabelecimento comercial, um “bolicho”, situava-se num local talvez a uns 250 metros para cá do passo, isto é, num ponto que hoje á aproximadamente o centro do Bairro Vila Nova. Esse “bolicho” do “seu Fiúza” haveria de tornar-se ponto de referência, em virtude de sua situação próximo ao rio, consignando a boca do povo àquele passo no Arroio Corticeira o nome de Passo do Fiúza.E, passa-se os anos, é a boca do povo que vai estender a denominação Fiúza a todo o rio. Assim, desde 1985, mais ou menos, prevalece o atual nome.
A GRANDE ENCHENTE DE 1926
O mês de setembro de 1926 foi intensamente chuvoso e a conseqüência dói uma espetacular enchente, havendo o ponto culminante da chuva torrencial sido na noite de 20 para 21 daquele mês. Ao amanhecer as águas do Rio Fiúza já inundavam várias ruas e por volta do meio-dia numerosos moradores viam-se obrigados a deixar suas casas. As águas subiam com tamanha rapidez que das casas atingidas os moradores nem sequer conseguiam salvar os pertences e só por meio de canoas e barcos improvisados dói possível prestar socorro aos flagelados. Pontes e pinguelas sumiram. É óbvio que os bairros ribeirinhos atuais do Rio Fiúza ainda não existiam, mas mesmo assim a residência de Frederico Feldmann na Linha Timbará viu-se ilhada e os moradores tiveram que ser resgatados por canos. Foi fenomenal aquela enchente de 1926 e por 65 anos foi considerada a maior havida na história de Panambi. Aliás teria havido uma diluvial enchente bem no começo da colonização de Panambi, se é que ocorreu, não existem registros.
Eu sou uma Fiuza e me sinto muito orgulhosa em saber tudo isso sobre um rio que carrega meu sobrenome by Alethia Fiuza
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